Me chamo Jefferson
Nunes, tenho 24 anos, desde 2014 sou estudante do curso de Licenciatura Plena
em História, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), e desde o
segundo semestre do mesmo ano, tive a oportunidade de entrar para a equipe do
Instituto Anchietano de Pesquisa, como bolsista de iniciação científica, sob
orientação do Dr. Pedro Ignácio Schmitz.
Nesse período, tenho podido conhecer
melhor o trabalho e a prática arqueológica, através de leitura de bibliografia
do tema, estudo de material em laboratório, compilação e análise dos dados no
computador, apresentação de trabalhos em eventos, atendimento a alunos de
escolas, que vem visitar nossos espaços de memória sacra e indígena, e a
escavação em Casas Subterrâneas, sempre no mês de Janeiro de cada ano.
As escavações, particularmente, foram,
para mim, experiências fundamentais no conhecimento da Arqueologia, pois me permitiram
o contato direto com o material em seu local de abandono, e o conhecimento do ambiente
em que foi constituída toda a forma de vida dos povos que estudamos através de
sua cultura material.
É através da escavação que tem se
formado meu “ser arqueólogo”, a compreensão plena de tudo o que envolve a experiência
arqueológica, e que vai muito além dos clichês e pré-conceitos do senso comum.
Somente no campo tive a chance de ver que a Arqueologia não é só composta por
trabalho em laboratório com vestígios materiais e a construção de hipóteses com
base nos dados, mas também é composta pelo calor, pelas pancadas de chuva súbitas
que nos obrigam a parar a escavação temporariamente, pelos mosquitos e mutucas
que insistem em se aproximar mesmo com o uso de repelente, pelos eventuais
animais peçonhentos que se aproximam do sítio, pela sujeira e cansaço no final
da jornada diária (especialmente após uma chuva).