No Seminário de São Leopoldo, que
formava padres para o Sul do Brasil, na primeira metade do século XX, os
rituais da Semana Santa eram realizados com solenidade. Em nossa Memória
Sacra conservamos alguns testemunhos materiais.
Na Sexta-Feira acompanhavam-se, com amostras de dor e
arrependimento, as XIV estações da Via Sacra.
As imagens exibidas são uma versão
colorida, em gesso, produzida no seminário, onde os correspondentes moldes até
recentemente ainda eram conservados.
À tarde se rezavam as Vésperas diante de um candelabro em que havia 15 velas representando Jesus e seus discípulos. E se
cantavam os salmos tristes do dia. Depois de cada Salmo se apagava uma vela,
sucessivamente, à direita e à esquerda, até ficar só a do meio, representando
Jesus, abandonado por todos.
À noite se fazia a Procissão do
Encontro, de Jesus, morto no caixão, com sua Mãe dolorosa. Era o auge da Semana
Santa com o povo desfilando suas velas pela rua escura. O corpo de Jesus, de
braços articuláveis, durante as cerimônias da tarde estava pregado na cruz, de
noite depositado no caixão. O Cristo da grande cruz missioneira usada nas Missões indígenas do Rio Grande do Sul, também tinha braços
articuláveis antes da última restauração.
O tocheiro, com sua correspondente cruz ladeavam o corpo morto.
Era triste o canto gregoriano, com invocações em Latim, usado nessas cerimônias.
Tradução: Eis o lenho da cruz da qual
pendeu a salvação do mundo. Vinde adoremos.
As vestes eram pretas, de luto fechado.
Texto: Dr.
Pedro Ignácio Schmitz
Imagens:
Márcio de Mattos Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário