quinta-feira, 6 de abril de 2017

A LITURGIA DA SEXTA-FEIRA SANTA

No Seminário de São Leopoldo, que formava padres para o Sul do Brasil, na primeira metade do século XX, os rituais da Semana Santa eram realizados com solenidade. Em nossa Memória Sacra conservamos alguns testemunhos materiais.

Na Sexta-Feira acompanhavam-se, com amostras de dor e arrependimento, as XIV estações da Via Sacra. 
As imagens exibidas são uma versão colorida, em gesso, produzida no seminário, onde os correspondentes moldes até recentemente ainda eram conservados.
À tarde se rezavam as Vésperas diante de um candelabro em que havia 15 velas representando Jesus e seus discípulos. E se cantavam os salmos tristes do dia. Depois de cada Salmo se apagava uma vela, sucessivamente, à direita e à esquerda, até ficar só a do meio, representando Jesus, abandonado por todos.


À noite se fazia a Procissão do Encontro, de Jesus, morto no caixão, com sua Mãe dolorosa. Era o auge da Semana Santa com o povo desfilando suas velas pela rua escura. O corpo de Jesus, de braços articuláveis, durante as cerimônias da tarde estava pregado na cruz, de noite depositado no caixão. O Cristo da grande cruz missioneira usada nas Missões indígenas do Rio Grande do Sul, também tinha braços articuláveis antes da última restauração. 


              O tocheiro, com sua correspondente cruz ladeavam o corpo morto.


Era triste o canto gregoriano, com invocações em Latim, usado nessas cerimônias.

           Tradução: Eis o lenho da cruz da qual pendeu a salvação do mundo. Vinde adoremos.

          As vestes eram pretas, de luto fechado.

Texto: Dr. Pedro Ignácio Schmitz
Imagens: Márcio de Mattos Rodrigues

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