segunda-feira, 25 de março de 2019

Chegou a Quaresma


Chegou a Quaresma, período de reflexão e oração, representado, na Igreja Católica, pela sobriedade da cor litúrgica roxa.



Imagens retiradas do acervo de Casulas da Memória Sacra - IAP

sexta-feira, 1 de março de 2019

Continua a pesquisa na Grande Estância de Yapeyu em 2019



De 7 a 17 de janeiro do corrente ano de 2019, Jairo Henrique Rogge, Marcus Vinicius Beber, Suliano Ferrasso e José Afonso de Vargas  estiveram em Uruguaiana para novas pesquisas. Eles fizeram contato com autoridades do município, proprietários  e moradores.

Nas visitas anteriores o foco tinha sido na estância da Queimada, pesquisando o local do manejo do gado e da moradia dos encarregados.

Na visita de janeiro de 2019, a observação foi dirigida a outras estruturas da estância buscando caracterizar o contexto maior.  Foi visitada a Estância São Sebastião e o local de Santana Velha. 

A estância São Sebastião é atualmente a sede de uma empresa de criação de gado, na qual sobrevivem construções e currais do tempo dos jesuítas e do tempo da Revolução Farroupilha.

As construções do tempo dos jesuítas correspondem a uma antiga capela, com sua pousada e os correspondentes currais para abrigar o gado dos tropeiros e do próprio posto. Elas estavam na beira do Caminho Real que, saindo de Paisandu, na República Oriental do Uruguai, corria pelo divisor de água, ligando as estâncias e seus postos e terminava na redução de Yapeyu. Era um caminho muito transitado que, para facilidade dos viajantes e tropeiros, tinha estalagens com capela, pousada e currais para guardar o gado; os arroios tinham ponte ou balsa, na qual eram ajudados gratuitamente.

A atual estância São Sebastião mantém, parcialmente viva, parcialmente em ruínas,  uma boa amostra destes postos junto ao Caminho Real.

Na primeira foto, a estrutura conhecida como capela, era um recinto fechado, com as moradias ao longo das paredes internas e no centro da construção o poço (algibe); era uma fortaleza que dava tranquilidade e segurança aos moradores e aos viajantes  do Caminho Real.

Na fotos 2, 3 e 4, vistas da pousada ou casa de hóspedes, aberta para qualquer viajante pousar gratuitamente.

Na foto 5, a sede da estância construída ao tempo da Revolução Farroupilha, quando a região era grande produtora de gado.

Na foto 6, uma vista da estrutura dos currais onde os tropeiros podiam guardar seus animais. Hoje, com um brete para embarcar ou vacinar os animais da estância.








A outra estrutura visitada foi a chamada Santana Velha, que, segundo a tradição local, teria sido o posto Santa Ana, da estância jesuítica São José, no local em que o rio Uruguai oferecia vau para atravessar para o lado ocidental e um ancoradouro para pequenos barcos através dos quais a estância da Queimada (São José) se comunicava com a Redução de Yapeyu, sua sede.

Na primeira metade do século XIX aí foi instalada uma inspetoria, que controlava o movimento do gado das estâncias através do rio; ao tempo da Revolução Farroupilha a estância do posto era muito importante e fornecia gado e cavalos para os revolucionários, quando sua capital era Alegrete. Devido ao ambiente insalubre do local por causa de seus banhados, a povoação foi transferida mais para o norte dando origem à cidade de Uruguaiana.

Hoje o local é a sede de uma fazenda e da Velha Santana sobra a pequena e primitiva construção da guarnição da inspetoria e uma fila de velhos umbus, que mostramos nas fotografias que seguem.




Texto: Pedro Ignácio Schmitz
Imagens: Marcus Vinicius Beber e Jairo Henrique Rogge