quarta-feira, 2 de maio de 2018

PINTURAS RUPESTRES NOS CERRADOS DO BRASIL CENTRAL


Nos cerrados brasileiros as pinturas indígenas sobre rocha são muito abundantes e representam várias tradições e estilos. As tradições são organizadas pelos conteúdos veiculados: humanos, animais, objetos ou abstrações; os estilos pela maneira de sua apresentação: em movimento, parados, de frente, de perfil, formando composições ou isolados.

No cerrado brasileiro se conhecem várias tradições: Nordeste, de humanos em movimento, especialmente no Piaui e no Rio Grande do Norte; Planalto, de animais, principalmente veados em movimento, em Minas Gerais; Astronômica, representando fenômenos celestes como sol, lua, cometas, estrelas, na Bahía; São Francisco, abstrações multicores, em Minas Gerais e na Bahía; Geométrica, de abstrações simples em vermelho e preto, em Goiás.

Nesta postagem mostramos pinturas rupestres de Palestina de Goiás, antigo distrito de Caiapônia.

As pinturas são encontradas em dezenas de paredões e abrigos rasos sobre arenitos friáveis, que os expõem a muita erosão, que prejudica muito sua conservação.

 Nos anos de 1979, 1980 e 1981 a equipe de arqueologia do Programa Arqueológico de Goiás (convênio Universidade Católica de Goiás e Universidade do Vale do Rio dos Sinos) estudou uma área de concentração de pinturas, de que resultou o livro Caiapônia, de 334 páginas, publicado em 1986 pelo Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS. 

Pequenos fragmentos dessas pinturas, reproduzidos em tela, estão expostos em nossa sala de Memória Indígena. Partilhamos algumas fotos dessas telas.

A capa do livro

O estilo Caiapônia, com elementos da tradição Nordeste, mostra figuras pequenas, feitas com poucos traços, formando cenas de humanos dançando, caçando, lutando, em família; ou de animais correndo e caminhando em fila. Entre os abstratos se encontram cruzes e carimbos.  A cor predominante são matizes de vermelho, resultante de minério de ferro ou manganês, misturado com gordura ou resina.

As pinturas foram feitas por indígenas caçadores e coletores, que habitavam a região milhares de anos atrás e que usavam as paredes rochosas para registrar suas ideias vivências e ocorrência da vida cotidiana.

Brincando

Representações variadas
Representações variadas
Os dançarinos
A alimentação: peixe, tubérculos, mel, a caça ao veado com duas crias
Procissão de mascarados: séquito fúnebre
Caçando com lança-dardo (atlatl)

Texto: Ignácio Schmitz

Fotos: Acervo IAP.

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