O Herbário Anchieta/PACA, integrante do Instituto Anchietano de Pesquisas-UNISINOS, localizado no Campus São Leopoldo, é o segundo maior do estado e conta com aproximadamente 143 mil exemplares de diferentes espécies. Suas coleções estão compostas por Angiospermas, Gimnospermas, Licófitas, Samambaias, Briófitas, Liquens, Algas, que representam grande parte da vegetação do Rio Grande do Sul e também de muitos biomas brasileiros.
Os dados do acervo destas coleções, estão inseridos num banco de dados próprio para o herbário, que constantemente é atualizado. Estas informações foram disponibilizadas desde 2014 na Rede Specieslink, que é uma rede colaborativa, que conta com a participação de centenas de coleções biológicas do país e do exterior, cujo objetivo principal é dar acesso a qualquer interessado aos dados dos acervos mantidos pelas coleções, além de dados de observação. O sistema de informação foi desenvolvido e é mantido pelo CRIA (Centro de Referência em Informação Ambiental) e permite, além do acesso aos registros, uma série de análises através da produção de mapas, gráficos e relatórios dinamicamente. Imagens em alta resolução, estão sendo incorporadas aos dados permitindo a visualização do espécime e comparação entre exemplares depositados em diferentes coleções. Uma série de ferramentas estão disponíveis com o objetivo de auxiliar as coleções na análise e melhoria da qualidade dos dados uma vez que a guarda e controle dos dados disponibilizados é de total responsabilidade de cada coleção.
As coleções do Herbário PACA tiveram um total de 3.540.881 (três milhões quinhentos e quarenta mil e oitocentos e oitenta e um) acessos aos dados, no período de 01 de janeiro a 10 de julho de 2020, através da Rede Specieslink.
Figura 1: Registros do Banco PACA – AGP utilizados em 2020 e seus tipos de uso.
Figura 2: Registros do Banco PACA – Briófitas utilizados em 2020 e seus tipos de uso.
Figura 3: Registros do Banco PACA – Fungos utilizados em 2020 e seus tipos de uso.
Figura 4: Registros do Banco PACA – Algas utilizados em 2020 e seus tipos de uso.
Figura 5: Registros do Banco PACA – Líquens utilizados em 2020 e seus tipos de uso.
Também os dados das coleções estão disponíveis no GBIF (Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade), que é uma rede internacional de infraestrutura de investigação financiada por governos de todo o mundo, com o objetivo de dar a qualquer pessoa, em qualquer lugar, acesso aberto a dados sobre toda a vida na Terra. Através do GBIF no primeiro semestre de 2020, tivemos as citações em 181 artigos utilizando os dados das coleções de Angiospermas, Gimnospermas, Licófitas e Samambaias. A coleção de Fungos teve a citação em 38 artigos, a coleção de Briófitas foi citada em 33 publicações e a de Algas em 02 artigos.
PACA AGP | nº | PACA Fungos | nº | PACA Briófitas | nº |
Estados Unidos | 59 | Estados Unidos | 14 | Estados Unidos | 17 |
Reino Unido | 32 | Reino Unido | 13 | Reino Unido | 10 |
Brasil | 28 | Alemanha | 10 | Alemanha | 9 |
Austrália | 24 | França | 8 | Brasil | 8 |
Alemanha | 24 | Austrália | 6 | França | 8 |
França | 21 | Brasil | 6 | Austrália | 6 |
Suíça | 16 | China | 5 | Dinamarca | 5 |
Holanda | 16 | Dinamarca | 4 | China | 4 |
Canadá | 15 | Japão | 4 | Holanda | 4 |
China | 14 | Holanda | 4 | Nova Zelândia | 4 |
Espanha | 14 | Nova Zelândia | 4 | África do Sul | 4 |
África do Sul | 13 | África do Sul | 4 | Chile | 3 |
Dinamarca | 11 | Suíça | 3 | Colômbia | 3 |
Suécia | 11 | Suécia | 3 | Israel | 3 |
Colômbia | 10 | Áustria | 2 | Federação Russa | 3 |
Noruega | 8 | Canadá | 2 | Suécia | 3 |
Nova Zelândia | 8 | Chile | 2 | Áustria | 2 |
Peru | 7 | Colômbia | 2 | Canadá | 2 |
Áustria | 7 | Estónia | 2 | República Checa | 2 |
Índia | 5 | Índia | 2 | Estônia | 2 |
Total: 343 | Total: 100 | Total: 102 |
Tabela 1: País ou área do pesquisador que mais utilizaram os dados, de acordo com o GBIF.
Figura 6: Principais assuntos em que os dados das angiospermas, gimnospermas, licófitas e samabaias foram utilizados, de acordo com o GBIF.
Figura 7: Principais assuntos em que os dados das briófitas foram utilizados, de acordo com o GBIF.
PACA AGP | PACA Briófitas | PACA Fungos |
Revistas | Editora de Revista | Revistas | Editora de Revista | Revistas | Editora de Revista |
Global Ecology and Biogeography | Wiley | Scientific Reports | Wiley | Journal of Biogeography | Wiley |
Proceedings of the National Academy of Sciences | Elsevier BV | Biodiversity Data Journal | Springer Nature | Scientific Reports | Springer Nature |
Scientific Reports | Springer Nature | Biodiversity Information Science and Standards | Pensoft Publishers | Biodiversity Data Journal | Springer Science and Business Media (LLC) |
Wikipedia | Springer Science and Business Media (LLC) | Journal of Biogeography | Springer Science and Business Media (LLC) | Methods in Ecology and Evolution | Elsevier BV |
bioRxiv | Oxford University Press (OUP) | Nature | Cold Spring Harbor Laboratory | Nature Ecology & Evolution | Pensoft Publishers |
Journal of Biogeography | Cold Spring Harbor Laboratory | Nature Ecology & Evolution | Elsevier BV | bioRxiv | Cold Spring Harbor Laboratory |
Nature Ecology & Evolution | Pensoft Publishers | Neotropical Diversification | Springer International Publishing | IEEE 14th International Conference on e-Science (e-Science) | Oxford University Press (OUP) |
Tabela 2: Revistas e editoras mais citadas de cada coleção nas publicações
Coleções científicas e dados associados devem ser considerados como infraestrutura de pesquisa. Durante séculos, cientistas vem sistematicamente registrando suas observações de pesquisa e publicando os resultados obtidos. Mas não havia, qualquer preocupação em manter os dados primários de observação e coleta ou de disseminá-los para pesquisadores de outras áreas do conhecimento, nem tampouco existia a preocupação em preservá-los para as futuras gerações. Com o avanço da tecnologia de informação e comunicação, houve também uma evolução na organização e no pensamento científicos, criando demandas distintas por diferentes tipos de dados. Com a tecnologia e a própria demanda científica em constante evolução e com o fortalecimento da ciência para o benefício da sociedade, é fundamental promover o livre acesso a dados e informações. O progresso científico depende do acesso pleno a dados e da divulgação científica aberta dos resultados de pesquisas na literatura. Um forte componente de dados e informações acessíveis e em domínio público promove maior retorno do investimento, estimulando a inovação e a decisão informada. A integração de dados de diferentes disciplinas, de diversos espaços geográficos, analisados por pesquisadores também de disciplinas distintas e de origem cultural diversa, abre caminho para novas perguntas e para a inovação.
Maria Salete Marchioretto
Ainda não conhecemos todo alcance do uso dos dados de um acervo.. Muito interessante ver estes exemplos relacionados ao PACA, uma importante coleção para o RS e Brasil..e agora vemos seu papel em estudos de pesquisadores de outros ppaíses. PARABÉNS AO PACA PELA DIVULGAÇÃO..
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