Instituto
Anchietano de Pesquisas/Unisinos
Texto: Michel Leite – graduando do curso
de História da Unisinos
PADRE INÁCIO DE LOYOLA
Patrimônio cultural é o conjunto de bens materiais e/ou imateriais,
que contam a história de um povo através de seus costumes, comidas típicas,
religiões, lendas, cantos, danças, linguagem superstições, rituais, festas,
imagens e esculturas. Através do patrimônio cultural é possível conscientizar
os indivíduos, proporcionando aos mesmos a aquisição de conhecimentos e
sentimentos para a compreensão da história local.
Neste
trabalho conheceremos mais sobre a estátua do padre Inácio de Loyola, que se
encontra no Instituto Anchietano de Pesquisas, na Universidade do Vale do Rio
dos Sinos, e é sinônimo de um exímio patrimônio cultural.
Padre Inácio, de
nome Íñigo López, nascido em 31 de maio de 1491 em Loyola atual munícipio de
Azpeitia, fazia parte de um grupo de espanhóis de muita autonomia e de
identidade forte chamados de bascos. Inácio era o mais jovem entre seus treze
irmãos, de uma família nobre. Viveu longas jornadas como militar por muitas
vezes prejudicando sua saúde em combates, motivo que o levou aos 26 anos a
dedicar-se a espiritualidade, na missão de descobrir como ser santo, como se
tornar um santo, deste modo foi notória para Inácio a necessidade de estudar,
abandando a carreira militar se mudou para estudar na universidade de Alcalá na
Espanha, mas não estando satisfeito com o conhecimento ali adquirido, migrou
para Paris onde inicia juntamente com mestres em letras e outros nobres a ordem
da Companhia de Jesus, conhecidos como Jesuítas. Inácio era o líder, seu desejo
e projeto de evangelização se inicia com sete pessoas, entre elas Francisco
Xavier que mais tarde ficaria conhecido por suas missões no Oriente.
Aprovados pelo
Papa Paulo III em 1540, o Padre Inácio é solicitado a enviar missionários para
América, a exemplo do Brasil, onde exerceram um importante papel no inicio do
processo de conversão dos indígenas durante a época colonial. Os Jesuítas se
caracterizam na divisão por classes, constituindo os Legítimos (Profécios), os
sacerdotes (colaboradores espirituais) e os irmãos (administradores das casas
sem muita formação). Eles contribuíram com ensino nas regiões por onde
passavam, auxiliando diretamente na fundação de varias cidades e construindo
colégios em diversos pontos dos territórios de missões, integrando uma rede
Jesuíta de educação. Após a difusão dos Jesuítas o Padre Inácio migra para Roma
dando continuidade à administração da ordem coordenando e organizando de
maneira geral todas as regras.
Nas missões a arte
estava a serviço da catequese e do enaltecimento, não apenas dos santos da
igreja, mas também dos fundadores da ordem jesuíta. Caracterizado por uma forma
de execução coletiva, fato que pode ser observado na construção das esculturas,
por encaixes de partes modeladas separadamente, em grande parte importavam
peças da Europa para conclusão de algumas obras, de modo que pudesse servir de exemplo
para os artistas indígenas. Fabricavam esculturas sacras geralmente de madeira
policromada, esses serviços eram realizados junto ao colégio onde ficavam as
oficinas, neste local eram trabalhados a madeira, os metais, o barro, o couro,
o algodão e os pigmentos.
A construção da
estátua do Padre Inácio de Loyola tem como fiel escultura o seu rosto, feito a
partir de sua máscara mortuária, com detalhes para suas roupas de trabalho e
fisionomia autêntica que retrata a sua figura como um herói fundador, homem de
muito trabalho, dedicado à obra de Deus e a organizações sociais, objeto de
culto e reverência. Esta estátua é sem dúvidas uma exemplificação de definição
de patrimônio cultural, para qualquer pessoa que possa ter a oportunidade de
conhecer sua história, estudar e entender sua importância para os Jesuítas,
para as universidades e escolas organizadas e formadas pela ordem em muitos
locais no Brasil.
Compreendendo a
dedicação deste homem de revelar sua paixão por Cristo e pelo reino de Deus
através da evangelização, é claramente manifesto que o Padre Inácio construiu
um legado com suas obras que colaboraram para o desenvolvimento de diferentes
povos, cidades e nações, e que a partir deste movimento passaram a ter acesso a
novos conhecimentos e a novas perspectivas de vida. A importância da fundação
Jesuíta e a sua iniciativa na história missioneira é motivo de respeito e
admiração em todo mundo.
Estátua
do Padre Inácio de Loyola no Museu Capela. Foto: do autor
Referências
MALAGOLI, Ado. Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS. 2000
BRUXEL, Arnaldo. Os Trinta Povos Guaranis – Panorama
Histórico institucional. 1978
http://coral.ufsm.br/ppgppc/
- Acesso em 20.11.2016
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