quinta-feira, 5 de julho de 2018

A Redução Nossa Senhora de Candelária do Caaçapamini

Hoje o blog apresenta a história de uma das primeiras reduções feitas no Rio Grande do Sul pelos jesuítas. Fundada em 1627, a redução foi transferida para a Argentina em 1637 para escapar da destruição pelas bandeiras paulistas, que já haviam destruído várias e levado como escravos os seus moradores.

Uma imagem fantasiosa do que teria sido o começo da redução. (Machado, 1999).

Em 1970 P.I. Schmitz e companheiros visitaram o lugar, fizeram fotografias e medições e também recolheram 1760 fragmentos de cerâmica, telhas, tijoletas, barro de paredes, metal e louça. Os dados da plotagem vêm do trabalho de campo de Schmitz e equipe e da dissertação de mestrado de Neli G. Machado ‘A Redução de Nossa Senhora da Candelária do Caaçapamini (1627-1636)’ Unisinos, 1999, depois publicada pela UFSM.

Um croqui do que aparecia na superfície no meio da lavoura de soja. (Schmitz)

A redução estava localizada no Rincão dos Melos, a 2 Km da agora sede do município de Rolador, sobre colinas onduladas, cortadas por arroios, num mosaico de matos e campos da bacia do rio Ijui. Foi criada, em 1627, com índios guaranis, pelo P. Roque Gonzalez de Santa Cruz e P. Pedro Romero.

Ela cresceu rapidamente: já em fevereiro de 1628 foram batizados 694 índios, em 1632 contava quase 700 famílias (3.000 indivíduos) e foram batizadas mais 96 crianças e 647 adultos. Inicialmente construída com troncos e palha, depois de grande incêndio, em setembro de 1633, as casas receberam paredes de taipa (armação de taquara preenchida com barro) e foram cobertas com telhas.

A visão de 1970: telhas e cacos de cerâmica. (Schmitz).
A paisagem. No fundo o (então) povoado de Rolador. (Schmitz).


Em abril de 1637, Jerônimo Bueno e outros bandeirantes paulistas ameaçaram Candelária e as reduções vizinhas; os moradores, antes de fugir destruíram suas casas, e se mudaram para o lado argentino do rio Uruguai, onde Candelária se tornou o centro das reduções de toda a Província Jesuítica do Paraguai.

Cerâmica de servir e de cozinhar, do acervo. (Schmitz).

O paneleiro da missão. (Machado, 1999).
Lajotas, telha, lápide, cachimbo e prego, do acervo. (Schmitz).
A lápide funerária de um missionário, do acervo. (Schmitz).

Você pode ver o material e as figuras na sala de Memória Sacra da UNISINOS.

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