quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Escavações do IAP em janeiro 2017

Durante quatro semanas a equipe de arqueologia do IAP esteve em campo em São José do Cerrito, SC, território de casas subterrâneas, aterros-plataforma e ‘danceiros’.
Casas subterrâneas são habitações indígenas em que as paredes em vez de construídas para cima são escavadas para baixo, para dentro do chão, ficando só o telhado na superfície. No lugar em que trabalhamos há 50 casas medindo desde 20 m de diâmetro e 7 m de profundidade até 5 m de diâmetro e 2,5 m de profundidade.
Aterros-plataforma são monumentos de terra nos quais cremavam os mortos. No lugar do trabalho existe um de 30 m de diâmetro e 2,5 m de altura e três de 20 m de diâmetro e 1 m de altura. 
‘Danceiro’ é um conjunto de montículos cercados por um valo e este por uma taipa de terra, que também eram usados para cremação dos mortos.

As fotos mostram membros da equipe trabalhando em casas subterrâneas e documentando um aterro-plataforma.



1. Casa subterrânea 5 do sítio SC-CL-50 com Raul Novasco, Suliano Ferrasso e Ranieri Rathke.



2. Raul e Suliano documentando e recolhendo o material.

3. Casa subterrânea 5 do sítio SC-CL-51 no começo da escavação com Raul.

4. Marcus V. Beber inspecionando o corte na casa 5.

5. Vagner Perondi demostrando a profundidade da casa 5, de 7,60 m de diâmetro.

6. Uma casa geminada, a casa limpa 1, a casa 2 coberta de capim

7. Ranieri Rathke escavando a casa 1 da foto anterior que mede 5 m de diâmetro.

8. Márcio Rodrigues escavando fogão no pátio da casa 5.

9. P.I. Schmitz controlando a escavação.

10. Jairo H. Rogge em cima do aterro-plataforma 1 do sítio SC-CL-46, de 20 m de diâmetro e 1,20 m de altura.

Texto e fotos de Pedro Ignácio Schmitz.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Minha vivência como estagiário de patrimônio no Museu Capela Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos

Texto: Eric Franz – graduando do curso de História da Unisinos


ESTUDANDO A COLEÇÃO DE MISSAIS COM O COLEGA FERNANDO ROQUE

Missais – Singularidades num padrão minucioso
Como outrora fora visto em postagens deste mesmo blog, o Instuto Anchietano de Pesquisa conta - no presente momento - com um acervo considerável de obras referentes à liturgia católica. Esta coleção tende a crescer ainda mais com a adição de “novos” exemplares que se incluem periodicamente.
De maneira oportuna, em função de demanda imposta pelo currículo da graduação em História, me foi possibilitado contribuir para com a organização e classificação dos exemplares que então chegavam ao IAP. Assim sendo, entre inúmeras estantes e livros diversos, acabei por entrar em contato com variados tipos de Missais com particularidades que não esperava encontrar.
Mesmo como leigo, é difícil não se deixar levar pela curiosidade e “perder” alguns minutos folheando as páginas tão ricamente ornamentadas destes livros, os quais embora possuam um texto - de uma maneira geral - muito semelhante (quando não, igual), sempre trazem notas que os distinguem uns dos outros. Tais particularidades tornam cada exemplar único e podem se dar em função da editora responsável por sua impressão, pelo período em que foi impresso (encontram-se no acervo exemplares desde meados do XIX até fins do XX) ou mesmo pelas anotações e adendos realizados pelos seus usuários ao longo dos anos. Cabe lembrar, que poucas eram as editoras reconhecidamente aptas para a tarefa, visto que o zelo e a retidão para com a liturgia eram necessários e muito valorizados pela Igreja.
É possível notar, por exemplo, a forma com que o mercado editorial responsável pelas impressões e veiculação dos exemplares estava atento às necessidades práticas de seu público consumidor. Isso se reflete na redução da fonte utilizada (ora maior, considerando a preservação da vista do leitor, que poderia estar fazendo uso de velas, por exemplo), na redução física dos volumes e mesmo na publicação particionada. Exemplo do último caso, são os livros específicos para a celebração da “Missa dos Mortos”, do latim “Missae pro Defunctis” ou “Missae Defunctorum”, que poderiam ser facilmente carregados para onde fossem necessários sem o transtorno que poderia ser gerado pelo peso de um Missal Romano tradicional.

*Veja também o texto do colega Fernando Roque.

Minha vivência como estagiário de patrimônio no Museu Capela Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos

Texto e fotos: Fernando Roque – graduando do curso de História da Unisinos

ESTUDANDO A COLEÇÃO DE MISSAIS COM O COLEGA ERIC FRANZ

O que é um Missal Romano?
Os Missais Romanos são livros que orientam – determinam - o calendário gregoriano cristão e católico constituindo-se em diferentes instruções - regras - de celebrações e solenidades, tanto para os presbíteros quanto para os fiéis. O acervo que se encontra atualmente no Instituto Anchietano de Pesquisa (IAP) está composto por 303 exemplares e há diferentes apresentações das obras que oscilam desde os opulentos Missale Romanum, produzidos pela editora germânica Pustet, a partir do ano de 1840, ou seja, antes do Concílio Vaticano I (1870), aos produzidos pela Editora Vozes, Petrópolis, RJ, a partir do Concílio Vaticano II (1960), que passa a permitir as edições em Português.
Missale Romanum, capa em couro auto-relevo, bordas das folhas em ouro, impresso na cidade de Ratibosnae, atual Alemanha, pela editora Friedrich Pustet, no ano de 1890.

Missale Romanum. Encardenação em couro, travas laterais em metal, bordas das folhas em ouro, impresso em Barcinone – Barcelona, editora: Litúrgica Española, 1922.



Missal Romano, versão simples, capa em papel, impresso pela Editora vozes, RJ, no ano de 1972.

*Veja complementação no texto do colega Eric Franz