quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Minha vivência como estagiário de patrimônio no Museu Capela Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos

Texto: Eric Franz – graduando do curso de História da Unisinos


ESTUDANDO A COLEÇÃO DE MISSAIS COM O COLEGA FERNANDO ROQUE

Missais – Singularidades num padrão minucioso
Como outrora fora visto em postagens deste mesmo blog, o Instuto Anchietano de Pesquisa conta - no presente momento - com um acervo considerável de obras referentes à liturgia católica. Esta coleção tende a crescer ainda mais com a adição de “novos” exemplares que se incluem periodicamente.
De maneira oportuna, em função de demanda imposta pelo currículo da graduação em História, me foi possibilitado contribuir para com a organização e classificação dos exemplares que então chegavam ao IAP. Assim sendo, entre inúmeras estantes e livros diversos, acabei por entrar em contato com variados tipos de Missais com particularidades que não esperava encontrar.
Mesmo como leigo, é difícil não se deixar levar pela curiosidade e “perder” alguns minutos folheando as páginas tão ricamente ornamentadas destes livros, os quais embora possuam um texto - de uma maneira geral - muito semelhante (quando não, igual), sempre trazem notas que os distinguem uns dos outros. Tais particularidades tornam cada exemplar único e podem se dar em função da editora responsável por sua impressão, pelo período em que foi impresso (encontram-se no acervo exemplares desde meados do XIX até fins do XX) ou mesmo pelas anotações e adendos realizados pelos seus usuários ao longo dos anos. Cabe lembrar, que poucas eram as editoras reconhecidamente aptas para a tarefa, visto que o zelo e a retidão para com a liturgia eram necessários e muito valorizados pela Igreja.
É possível notar, por exemplo, a forma com que o mercado editorial responsável pelas impressões e veiculação dos exemplares estava atento às necessidades práticas de seu público consumidor. Isso se reflete na redução da fonte utilizada (ora maior, considerando a preservação da vista do leitor, que poderia estar fazendo uso de velas, por exemplo), na redução física dos volumes e mesmo na publicação particionada. Exemplo do último caso, são os livros específicos para a celebração da “Missa dos Mortos”, do latim “Missae pro Defunctis” ou “Missae Defunctorum”, que poderiam ser facilmente carregados para onde fossem necessários sem o transtorno que poderia ser gerado pelo peso de um Missal Romano tradicional.

*Veja também o texto do colega Fernando Roque.

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