Objetos ligados à liturgia eucarística, provenientes de antigas casas jesuíticas do Sul do Brasil.
Hoje apresento alguns objetos sacros do acervo, ligados à celebração da Eucaristia. São uma amostra do que está reunido na Memória Sacra. Alguns objetos ainda se encontram na Residência Conceição; a maior parte vem do tempo em que a residência ainda se encontrava no centro de São Leopoldo e administrava, primeiro, o Ginásio Conceição e, depois, o Seminário Central. Uma outra parte dos objetos vem do arquivo da antiga Província do Brasil Meridional. Por motivos vários eles entraram em desuso.
Esses objetos foram trazidos ou importados, principalmente, da Alemanha, pelos missionários jesuitas e seus continuadores para os colégios, seminários e paróquias que mantinham no Sul do Brasil.
A cruz do altar, o cálice e o cibório estão diretamente ligados à celebração eucarística com o povo, no templo. A caldeirinha continha a água benta com que o oficiante aspergia os presentes quando se aproximava do altar para iniciar a celebração. Para os enfermos e moribundos, sem condições de participar da liturgia ao vivo, no templo, o sacerdote podia levar a hóstia consagrada no templo, juntamente com a unção com óleo bento para alívio de suas dores, do que resultaram kits (tecas) representativos, de que apresentamos duas amostras antigas. É o que deseja mostrar esta postagem. Espero que goste.
1. Sobre o altar havia uma cruz porque a Eucaristia representa a última ceia de Jesus antes de ser crucificado.
Cruz conservada na Residência Conceição.
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2. Para a consagração do vinho é usado um cálice, que, através dos séculos, assumiu uma forma padronizada. Ele pode ser enxuto, ou ricamente decorado.
Dos numerosos exemplares do acervo apresento três exemplares: dois ricamente decorados, um simples e provavelmente de origem italiana, mas que tem uma história própria.
Cálice que está na residência Conceição.
Leão XII P. (Pontífice) M. (Máximo)
VII das calendas de novembro (26.10) de 1878
Recebeu em audiência a Augusto Servanti da Companhia de Jesus quando começava viagem ao Brasil e o presenteou com altar (cálice) que fora doado a Pio IX Pontífice Máximo 12 das calendas de junho (21.05) ano 1877, quinquagésimo do início da dignidade episcopal.
A.A. S.J.
Antônio Servanzi (1840-1891) veio ao Brasil como sacerdote jesuíta da Província Romana S. J. em 1871 ou 1872. Trabalhou em Recife, Itu, Nova Trento e Goiás.
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3. No cibório eram consagradas, distribuídas aos participantes ou guardadas as hóstias destinadas aos participantes.
Cibório característico.
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4. Tecas para o atendimento de doentes e moribundos em suas casas no campo.
Teca para atendimento de doente: visão externa
Teca para atendimento de doente: visão interna
Outra teca para atendimento de doente.
Essas Tecas eram usadas pelo padre quando se deslocava a cavalo pelos matos e picadas para atender um doente ou moribundo no campo. Nela estavam elementos básicos para o atendimento: a cruz; no cruzamento de seus braços, o espaço para a hóstia consagrada do Viático do doente; junto da base, a cápsula com o óleo para unção do enfermo. A teca ia pendurada ao pescoço do padre, abrigada sob o tradicional poncho de viagem, que defendia do frio, da chuva e de outros riscos.
Texto e Imagens: Prof. Dr. Pedro Ignácio Schmitz
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