sexta-feira, 15 de outubro de 2021

O MISSAL PONTIFICAL DE VISEU, PORTUGAL

 

A obra e o autor

            Na Memória Sacra da Unisinos estão guardados, alguns expostos, algumas dezenas de Missais Romanos, anteriores ao Concílio Vaticano II, que eram usados pelos sacerdotes católicos na celebração da Eucaristia. Entre eles destacamos, hoje, um missal romano produzido para o bispo de Viseu, Portugal e usado por este em celebrações eucarísticas públicas. Seu título é Pontificales Missae ex Missali Romano iuxta decretum sacrossancti Concilij Tridentini restituto (Missas Pontificais retiradas do Missal Romano reproduzido em conformidade como o decreto do Sagrado Concílio de Trento). Sua língua é o latim.

            O missal foi produzido pelo iluminador Estêvão Gonçalves Neto, por encomenda do bispo D. Manuel de Ataíde, do qual foi capelão (a partir de 1610), depois reitor e abade da Igreja de Santa Maria Madalena de Cerejo (a partir de 1613) e finalmente cônego da Catedral da diocese de Viseu (a partir de 1622). 

            Não se conhece o lugar e a data de nascimento do iluminador, nem a escola em que aprendeu a arte. Ele morreu em 1627. 

            Viseu, onde o autor viveu, é um município português criado em 1123. Está situado entre o norte e o centro de Portugal. A Sede diocesana também é do século XII. Hoje o município conta 350.000 habitantes. 

            A obra mais importante do iluminador é o Missal Pontifical de Viseu, realizado entre 1610 e 1626. O tamanho do exemplar é de 45 x 32 cm, a capa em couro. Em 44 folhas de pergaminho fino, frente e verso, não numeradas, ele apresenta textos litúrgicos ricamente ilustrados, de que apresentaremos uma amostra.

             O Missal esteve, inicialmente, depositado na biblioteca dos Padres do convento de Nossa Senhora de Jesus, que, em 1834, se tornou propriedade da Academia de Ciências de Lisboa. Sobre este Missal juravam os reis de Portugal quando aclamados. Ele se tornou conhecido na Exposição Universal de Paris, em 1867. A subsequente demanda popular e a subscrição por coroas e academias de arte, levaram a firma Macià e Cia, de Paris, a produzir uma edição fac-similar, em 1873, origem de nosso exemplar. 

            Provavelmente o exemplar foi trazido pelos missionários jesuítas alemães que, em 1869, criaram o Ginásio Conceição, em São Leopoldo. Sua presença foi notada por ser diferente dos muitos missais reunidos por Rabuske e Schmitz, mas só recentemente foi reconhecida sua importância.

             O precioso exemplar, exposto numa vitrine da Memória Sacra, foi todo fotografado por Gabriel Azevedo do Oliveira. Jairo Henrique Rogge preparou as fotos para este blog. Pedro Ignácio Schmitz reuniu informações sobre ele em diversas contribuições na Wikipédia. 

            São três as postagens previstas: esta, sobre a obra e o autor; a próxima sobre estrutura e apresentação; a terceira mostra com as imagens principais.

 

 


A capa, em couro

 

O autor

 


A data


A página frontal


Texto e Imagens: Prof. Dr. Pedro Ignácio Schmitz

Nenhum comentário:

Postar um comentário