quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Plantas Medicinais no Instituto Anchietano de Pesquisas: Capuchinha


Dando continuidade à divulgação do projeto Plantas Medicinais, iniciado no Centro de Ciências da Saúde da UNISINOS, em 1992, pelo P. Clemente José Steffen, publicamos hoje o artigo por ele escrito sobre a Capuchinha, uma planta da qual gostava muito pela beleza, uso medicinal e culinário.

Para ter acesso a outros arquivos do P. Clemente acesse a página: www.anchietano.unisinos.br

CAPUCHINHA
P. Clemente José Steffen, S.J.

A capuchinha, também chamada popularmente chagas, é uma planta que merecia mais atenção e aproveitamento. É ao mesmo tempo medicinal, comestível e ornamental. Sua origem é sul-americana, tendo sido levada do Peru para a Europa. Seu nome científico é Tropaeolum majus, da família Tropaeolaceae. 

Tem características bem marcantes. Seus caules rastejantes com suas folhas e flores de pecíolos longos cobrem barrancos, muros e depósitos de restos de construção, pelos quais parecem ter predileção. As flores têm cores variadas, predominando o amarelo e o vermelho. Sobre as folhas orbiculares, colocadas horizontalmente, costuma acumular-se água da chuva, sem elas se molharem.

Por causa das folhas e flores é uma planta ornamental muito chamativa. É anual, mas não precisa ser replantada, porque as sementes, três em cada fruto, caindo ao solo, renascem espontaneamente todos os anos.


Como alimento servem as folhas, flores e frutos. As folhas são ótima salada, de sabor picante e muita vitamina C. Mais saborosas ainda são as próprias flores. Os botões florais e também os frutos novos são preparados em conserva de sal e vinagre, sendo conhecidos como alcaparra dos pobres, usados como aperitivo.

Desde sua descoberta no Peru e sua transferência para a Europa, começou também a ser usada como planta medicinal. Rica em vitamina C, é eficiente no tratamento do escorbuto. Os marinheiros cultivavam-na em caixas nos navios para consumi-la durante as viagens. Segundo pesquisas recentes, toda a planta tem ação anti-bacteriana e anti-micótica. 

É empregada em infecções do sistema genito-urinário e do sistema respiratório. Especialmente as sementes são ricas em princípios ativos, sendo um antibiótico vegetal, ativo contra os micro-organismos dos gêneros Estafilococo, Proteus, Estreptococo e Salmonela. 


Além disso, a capuchinha tem ainda uma propriedade muito solicitada também em nossos dias, como diz um autor do começo do século: “... toda la planta, es decir, tallos, hojas y sus rabillos y flores, machacada en un mortero y formando emplasto, estimula la actividad del bulbo piloso, previene la caida del cabello y favorece su salida. Para ello, empléese siempre la planta recién cogida, córtese el pelo previamente y aféitese la cabeza antes de aplicar el emplasto”.

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