sexta-feira, 16 de março de 2018

Migalhas de Semana Santa na Mémória Sacra da Unisinos

Na sala de Memória Sacra, localizada no saguão da biblioteca da Unisinos, o Instituto Anchietano de Pesquisas reuniu centenas de livros ligados à liturgia da Igreja Católica, provenientes dos seminários, dos colégios e das residências dos jesuítas da província do Brasil. Ainda este ano queremos colocar on line o catálogo dessas obras.

Abaixo oferecemos migalhas do acervo: um antigo missal e uma imagem e cantos ligados à Semana Santa.

O missal mais antigo da coleção, 1858
A página inicial no missal
Representação da morte de Jesus, que todos os anos recordamos (De um missal da coleção)
O anúncio da morte redentora de Jesus: eis o lenho da cruz da qual pendeu a salvação do mundo (De um missal da coleção)
O canto do Pai Nosso (De um missal da coleção)

quinta-feira, 1 de março de 2018

PEDRO IGNÁCIO SCHMITZ: 70 ANOS COMO JESUÍTA, 60 ANOS COMO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO

Primeiro de março de 1958 marca dois eventos importantes na vida de Pedro Ignácio Schmitz. De uma entrevista com ele extraímos os seguintes recortes.

Eu sou uma árvore plantada na universidade. Minha vida se realizou e continua se realizando no ensino e na pesquisa: de 1958 a 1987 na UFRGS, em Porto Alegre; de 1963 até hoje na UNISINOS, de cuja fundação em 1969 participei como diretor da pré-existente Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Leopoldo; em 1956 começaram minhas atividades no Instituto Anchietano de Pesquisas.
Desde 1970 realizo pesquisa arqueológica, como bolsista do CNPq, estudando as antigas culturas indígenas do Brasil, no Sul do Brasil e no cerrado brasileiro do pantanal até o sertão pernambucano. Esta foi a missão que me foi dada como jesuíta e a ela me dedico integralmente.
Com isso minhas atividades externas como sacerdote ficaram limitadas. Não tenho paróquia, nem função pastoral externa. Exerço funções sacerdotais na comunidade jesuítica e atendo o movimento Focolare, que tem casa de reuniões junto à UNISINOS. 
O Instituto foi criado em 1956, no Colégio Anchieta, onde se concentrava o maior número de jesuítas pesquisadores, num momento em que a perspectiva da Ordem era de grande crescimento e penetração social. O objetivo do Instituto era reunir os pesquisadores jesuítas dos diversos ramos do conhecimento espalhados em colégios e missões indígenas, dar-lhes possibilidade de publicação e visibilidade através da revista Pesquisas, e garantia de continuidade de suas coleções científicas. Era um projeto audacioso, correspondente a um tempo de grandes perspectivas. Como jovem professor no colégio fui convocado para escrever a ata de sua fundação.
A história posterior dos jesuítas marca também a trajetória da instituição: a diminuição de jesuítas, a criação da UNISINOS que absorveu os pesquisadores e a nova ideologia vigente na Ordem.
Com a sucessiva morte dos fundadores fui assumindo a continuação da obra com os recursos humanos e materiais persistentes. Hoje o Instituto se acha incorporado ao campus da UNISINOS, onde ganhou bom espaço, mas ainda conserva sua identidade. Ele continua mantendo grandes acervos resultantes de pesquisas passadas e atuais: um herbário de 140.000 plantas, um acervo arqueológico com amostras de culturas indígenas de grande parte do território brasileiro, um conjunto de materiais religiosos que representa as atividades dos jesuítas no Sul do Brasil.
A revista Pesquisas, criada em 1956, continua editando um número anual no setor Botânica e outro no de Antropologia/Arqueologia. Outros setores (História e Zoologia) passaram para a UNISINOS. Os museus de Arqueologia e de Memória Sacra têm visitação regular, com destaque para os alunos do sistema estadual de educação.
As pesquisas arqueológicas e antropológicas resultaram no título de Doutor Honoris Causa dado pela PUCG e a cidadania honorária da cidade de Serranópolis, GO. O CNPq concedeu o título de Pesquisador Sênior; o IPHAN o prêmio do fundador Dr. Rodrigo Mello Franco de Andrade; a Sociedade de Antropologia Brasileira (ABA) a medalha de seu fundador; a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS) também a medalha do fundador; a UNISINOS a medalha de Santo Inácio de Loyola. São reconhecimentos sociais por um trabalho constante por décadas na pesquisa e no ensino.
A árvore plantada na universidade ainda está viva e continua produzindo frutos: esta é a maior das premiações. Obrigado Senhor e se for de tua vontade, manda mais um pouco.    

A família, origem de tudo, em Bom Princípio. Na fila de trás, à esquerda na foto, o entrevistado.

Como sacerdote, um batizado numa família de arqueólogos em São Paulo.

Como cientista, num congresso, na Argentina.
Como arqueólogo, no campo, em Vacaria.

Premiado pelo IPHAN, dançando no Teatro Nacional, em Brasília.