sexta-feira, 12 de novembro de 2021

O MISSAL PONTIFICAL DE VISEU, PORTUGAL

 As imagens principais.

            Estêvão Gonçalves Neto foi o último grande autor de iluminuras em Portugal. Não se conhece o ateliê ou escola onde ele aprendeu a técnica, talvez em Lisboa ou no Escorial.

            Suas primeiras iluminuras conhecidas são de 1604. Ele trabalhava principalmente sobre papel e pergaminho. Além do Missal Pontifical de Viseu, sua obra principal, realizado em pergaminho fino, deixou quadros avulsos.

            Em nosso exemplar do Missal Pontifical existem nove pinturas de página inteira, que reproduzimos. Mesmo que em algumas se adivinhe a inspiração em quadros pré-existentes, as reproduzidas são todas criações autênticas do iluminador. 

            Nos quadros e nos textos é notável o domínio da técnica, a representação do pormenor, a ocupação do espaço e a harmonia das cores.

            Olhando o Missal como um todo, percebem-se diferenças na execução a partir de certo momento, sugerindo uma segunda mão, auxiliar ou complementar. A página sobre São Luiz Gonzaga destoa no todo como acréscimo mal feito de alguém sem domínio da técnica original.

            Por sua obra, Estêvão Gonçalves Neto é considerado o último grande iluminador do tempo das iluminuras, em Portugal. 

            Aprecie. Se ampliar as figuras, conseguirá melhor visão dos pormenores, da composição e do brilho que elas emitem.



Jesus no templo, entre os doutores




A última Ceia

 

Crucificado entre dois ladrões


A ressurreição



Pentecostes: a descida do Espírito Santo.

 

A Assunção de Maria


O êxtase de São Francisco


Texto: Prof. Dr. Pedro Ignácio Schmitz

Imagens: Acervo IAP 

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